Enquanto eles cuidam, enquanto eles salvam,
nós dormimos até um pouco mais tarde,
fazemos ginástica em frente ao espelho,
subimos e descemos as escadas do prédio,
tomamos o pequeno-almoço com vagar de domingo
e adiantamos o almoço no fogão da casa.
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A Vontade de Lutar Entre Quatro Paredes
Já houve dias em que tivemos a oportunidade de voar, em que saíamos porta fora e era o vento quem se encarregava de nos conduzir, em que tínhamos o descaramento e o atrevimento de reclamar porque “estava muito sol”, ou porque “a chuva não acalmava”. E agora? Tentamos bronzear-nos com as luzes da cozinha, pomos a mão pela janela e os pingos de chuva que nos caiem na pele são como doses de cafeína que nos fazem despertar para uma realidade inacreditável. Invejamos as folhas das árvores que se soltam e pairam pelo ar, invejamos os pássaros que voam livremente, sentimos de forma psicológica o bom que era sentir os picos de energia que a relva nos transmitia aos pés nus.
A única coisa fixa é a mudança
O que estamos a viver é único! Mas não foi sempre assim? Andamos estes dias um pouco ao sabor do vento, do vento das informações que vemos na televisão, tentando ser criteriosos na decisão de em que acreditar, do vento das opiniões das pessoas que amamos tentando não ofender ninguém com a nossa própria opinião, do vento das alterações de humor que o tempo meteorológico nos impõe que tanto chove torrencialmente, como dois minutos depois está um sol radiante, que vamos à janela “respirar” o sol como um golfinho que vem à tona de água buscar o ar, e nesse instante recomeça a chover.
Máscaras do Tempo
Afinal tudo o que estava marcado podia esperar, não tinha que ser mesmo naquele dia. Aquele prazo não é assim tão imperioso, parece que é possível adiar quinze dias, mais quinze dias, um mês, o verão! Mas talvez seja melhor marcar para ano, talvez seja mais seguro. Ou então, não se marca nada por enquanto, se calhar não há essa necessidade. Se calhar não é assim tão importante. Se calhar não somos assim tão importantes.
Uma viagem com uma Animadora Sociocultural
Em pequena queria ser…
Lembro-me de querer ser veterinária até que percebi que isso envolvia contactar com o sofrimento dos animais diariamente e não tinha a certeza se estaria preparada para tal. Entretanto trabalhei 8 anos na área da Animação Sociocultural.